domingo, 22 de abril de 2012

Depressão


Perambulas pelas ruas,
sem rumo, sem direção.
Teu quarto é a prisão profunda,
povoada de alucinações.
Fantasmas se divertem,
zombam de tua emoção.
Do passado, do presente,
emergem com prontidão.
E bebem teu sangue em taças,
com grande satisfação.
Tua súplica vacilante,
não tem eco, não tem noção.
Em vão se busca ajuda,
e não tem consolação.
Sozinho na noite escura,
caminhas por obrigação,
sem contenda e a perigo,
rumo a tua destruição.
O inferno é a mais valia,
é o ponto de culminação.
Teu céu é a desgraça,
lugar de sublimação.
A espada da vitória,
cravada na pedra do
teu coração,
Impede o prumo, a glória,
a tua realização.
A química que tu ingeres,
é o veneno que te catequisa,
te obriga, faz divisão.
Por um lado te exaltisa,
por outro robotização.
Segues no mundo
como um trapo,
sem rumo, sem laço,
até o dia da redenção.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Luzir na alma

Vago no silêncio da madrugada
a procurar a lembrança, resquicios
de tua essência
Teu perfume, teu halo
teu vulto, como a um fantásma
De olhos fechados, imerso
dentro de uma escuridão interior
Borbulham recordações estacatas
lampejos de momentos raros,
relicário da alma
E neste bombardeio fugente
tenta-se saciar das pequenas gotas
Invadido de tal estado imediato
estatico, congelado para o mundo
Em vão tenta-se destilar a saiva
que do passado emerge e neste
permanesce involuntário