Normalmente esquecemos de coisas, fatos corriqueiros,
desagradáveis do dia a dia. Esquecer um amontoado de lixo que nos deparamos
durante o dia é algo trivial e necessário. Aprendemos desde cedo, que é
importante esquecer coisas que foram ruins para nós e que nosso bem estar
depende de esquecer tais coisas. Porém, e quando nosso bem estar depende de
esquecer coisas boas? Parece contraditório, mas chega o tempo em que esquecer o que foi bom é tão importante como esquecer o
que nos fez mal. Então gera-se um conflito, pois nosso corpo, nossa memória,
nosso emocional, já estavam acostumados com tais lembranças. Nossa Alma se
nutria e desejava por esses momentos felizes.
Agora estas
lembranças passa a ser nosso purgatório. Como remover algo de nós que nos fez
tão bem? Que foi tão bom? Algo que fez tão feliz? Como tanta felicidade pode
o de uma hora para outra passar a ser
nosso inferno?
Remover esses momentos bons de nossa alma, é como separar o
Ouro 18K, o ouro do cobre. Só se faz com altas temperaturas, altos sofrimentos. É como arrancar uma
árvore já frondosa com suas raízes. Raízes que já penetraram profundamente. É
como rasgar o coração com as próprias mãos para que a essência do mais doce
perfume evapore e para sempre desapareça. É se consumir em chamas, para que das
cinzas possa renascer como a Fênix.
Esquecer momentos felizes para poder sobreviver, és o grande
paradoxo. Infelizmente, chegamos ao cume de algo que parece absurdo, esquecer
os momentos felizes para poder viver.
Então se já temos a cota de coisas ruins e precisamos
remover o que de bom existia em nós, lançamos nossa alma na mais profunda e
tenebrosa escuridão.
É um exercício doloroso de morte, para depois ressurgir algo
que não sabemos ao certo o que será e quando será.
19 de
Maio de 2012