quinta-feira, 16 de abril de 2015

Passos


 Passos lentos, sem pressa de chegar.
O espírito vagueia em meio
aos pensamentos vãos.   


editado em 16 set 2022

Blindada



                                                         
Segue teu caminho
blindada em tuas convicções,
como um baú no porão.

Estação das flores,
não há botões.

Finge-te sossegada
mas as raízes
carecem de água.

Editado em 16 set 2022

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Sexta Santa


                                           

Cai a noite sobre a alma
e o salão jaz vazio.
Ecos do passado ressoam.
Desejo de vida, lembranças vívidas.

Demônios povoam e fazem festa.
Abandono Supremo, segue-se
o curso da transformação.

Amargo é o gole dessa essência.
E as virtudes permanecem,
mas não vêm a tona.

Cai a tarde e arde
dolorosamente o peso do mundo.
Não há consolo e nem companhia.
Há apenas, uma noite vazia.
Um desespero profundo, supremo,
contínuo.

Explode mil flagelos e destroem-se
sete mil elos.
E o gosto amargo na boca prossegue.

E a vida se desfaz lentamente
em gotas preciosas que gotejam
pelo chão, sedento de teu Eu.
Esfomeado e egoisticamente lutam
pela tua seiva.

É neste momento que sintonizas
com o Universo e já se faz
quase ele em sua totalidade.

Nossas mazelas é uma súplica
a união inefável.
Um mergulho profundo ao
abismo do teu ser.

Editado em 16 set 2022